Corinthians x Chelsea - Tá chegando a hora....

No dia seguinte à partida de semifinal, começou a especular-se uma possível entrada do Romarinho no time, no lugar do Douglas. Nada contra, muito pelo contrário. Acho que o Romarinho daria mais dinamismo para o nosso setor ofensivo, além de auxiliar os laterais na marcação.
A questão é que, para mim, quem deveria sair é o Danilo, que há muito tempo vem jogando mal e sendo bem pouco produtivo. O Douglas, além de ser o responsável pela maioria das assistências dos gols do Corinthians no segundo turno do Brasileirão, estatisticamente, é o cara que mais rouba bola no time.
E aí, atendo-me especificamente a esse dado das roubadas de bola, eu me questiono sobre o verdadeiro motivo pelo qual o Tite tem a preferência por botar o nosso maestro do estômago alto no banco. O mais fácil seria pensar que ele tem uma recomposição pior do que a do Danilo, e ajuda menos na marcação. Só que a estatística desmente isso, o que me leva a crer que tem muito mais de superstição do que qualquer outra coisa nessa história ai.
Desde 2011 o Danilo vem sendo decisivo para nós, marcando gols em momentos chave e dando assistências. E deve ser nisso que o Tite se apóia para querer mantê-lo no time, em detrimento do único meia autêntico que nós temos no elenco. Particularmente, acho isso uma bobagem, pois o que deveria ser considerado é o momento atual e o que cada um está produzindo efetivamente.
Assim sendo, meu time titular para a final seria: Cássio; Alessandro, Chicão, PA e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Douglas, Romarinho, Émerson; Guerrero. E, na realidade, como eu já disse em posts anteriores, preferiria jogar com o Sheik no lugar do Guerrero, o que possibilitaria, inclusive, a entrada do Romarinho junto com a permanência tanto de Douglas quanto de Danilo no time.
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À medida que a partida se aproxima, ficamos imaginando como ela transcorrerá, de que maneira jogaremos e como será possível vencer um adversário claramente superior. Olhando o elenco dos caras, é inevitável ter aquela sensação de que o negócio não fica nem um pouco longe do impossível ou do improvável, e aí começa a pintar aquela aflição.
Desde a Libertadores, vejo muita gente por ai comparando nosso time atual com o do São Paulo de 2005, campeão do mundo contra um inglês. Conjunto forte, com uma defesa sólida, volantes excelentes e sem um grande craque. De fato, a semelhança existe, mas para este Mundial, especificamente, eu prefiro usar outros 2 times para fazer essa analogia, e alimentar a esperança de que, mesmo sendo muito difícil, dá para chegar lá.
O Boca Juniors de 2003, ainda dirigido pelo Mr. Libertadores Carlos Bianchi (próximo de acertar seu retorno ao clube), tinha um elenco e time inferiores aos nossos, e enfrentou um Milan mais forte do que o Chelsea, cheio de macaco velho e com um Kaká prontinho para explodir.
A escalação dos argentinos era essa: Abbondanzieri; Perea, Schiavi, Burdisso, Clemente Rodríguez; Donnet, Cascini, Battaglia, Cagna; Iarley y Barros Schelotto. Comparando com o nosso time titular, dá para observar várias similitudes:
- Assim como o Cássio, o Pato Abbondanzieri não era dos mais confiáveis durante todos os 90 minutos, mas quando o bicho pegava, ele aparecia com grandes defesas, sempre demonstrando não se abalar com eventuais falhas.
- Os laterais deles, a exemplo dos nossos, eram muito mais de marcação do que apoiadores, tanto que o colombiano Perea joga de zagueiro hoje, lá na Europa.
- A defesa deles era pesada como a nossa, com um Schiavi que já naquela época era veterenaço.
- Esse meio-de-campo do Boca era muito mais fraco do que o nosso, principalmente porque dentre os 4 - Donnet, Cascini, Battaglia, Cagna - nenhum era meia. Os caras jogavam com 4 volantes, o que mostra, inclusive, algo que o Bianchi tem em comum com o Tite. Embora vencedor, as pessoas por aqui se esquecem de comentar que esse argentino FDP é um baita de um retranqueiro.
Agora olha para o "timinho" do Milan: Dida; Cafú, Maldini, Costacurta, Pancaro; Gattuso (Ambrosini), Pirlo, Seedorf; Kaká (Rui Costa); Shevchenko y Tomasson (Inzaghi). Cafu, Dida, Maldini e Costacurta ainda jogavam em altíssimo nível. É mole?
Juntamente como esse Boca, o outro time que viveu uma situação similar ou até, por que não, pior do que a nossa, foi Inter de 2006, o qual todos nós temos mais fresco na cabeça.
Aquele jogo contra o Barcelona provavelmente ficará para a história como o melhor exemplo para qualquer time sul-americano que vá disputar a final do mundial contra um poderoso europeu. No conjunto, com muita marcação e doação dos jogadores, os chorolados escarlate conseguiram vencer um Barça que, se ainda não era o do Messi, era de Ronaldinho Gaúcho bombando, Deco, Eto'o, e por ai vai.
Olha só as escalações - Internacional: Clemer; Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex (Vargas) e Fernandão (Adriano); Alexandre Pato (Luiz Adriano) e Iarley. Técnico: Abel Braga........Barcelona: Valdes; Zambrotta (Beletti), Márquez, Puyol e Van Bronckhorst; Motta (Xavi), Iniesta e Deco; Giuly, Gudjohnsen (Ezquerro) e Ronaldinho. Técnico: Frank Rijkaard.
Se o Inter venceu aquele Barcelona com Ceará, Edinho, Gabiru e Iarley em campo, por que a gente não pode bater o Chelsea? Olhando por esse lado, eu acredito!
Amanhã de manhã, com toda a nação corinthiana acordada e mandando aquela vibração positiva, vamos entrar em campo para fazer história. Mais uma vez, derrubaremos um muro que muitos não acreditavam que derrubaríamos e passaremos por um adversário tido e havido como mais forte. Até porque, sair campeão contra rivais mais poderosos faz parte da nossa história.
Atualização: É, na verdade é o Jorge Henrique que vai entrar no lugar do Douglas. Fica evidente que o Tite pretende adotar o mesmo esquema da final e, principalmente, da semifinal da Libertadores, quando o time compunha 2 linhas de 4 na hora em que era atacado. Se a gente for lembrar o primeiro jogo na Vila, o Jorge Henrique praticamente jogou de volante aberto pela direita, ao lado de Ralf e Paulinho, deixando Alex e Danilo mais soltos. Se ele conseguir repetir aquele desempenho, beleza, mas nos últimos jogos dele no Brasileirão, não me pareceu que ele estivesse em condições físicas muito boas. De repente, até o Edenílson seria uma opção melhor para a função.
O grande problema é que, ofensivamente, o time ficará uma negação, dependendo de um Danilo sem pernas centralizado e de um Émerson isoladaço na esquerda para fazer a bola chegar ao Guerrero. Não curto essa mudança, mas vamos torcer....
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por Don, el Coringone