Sobre a morte do jovem boliviano...

Ontem, sem ter a certeza do que havia ocorrido e já tendo lido um monte de besteiras a respeito do caso, preferi deixar para falar sobre ele hoje.

Em primeiro lugar, gostaria de lembrar algo que um amigo nosso aqui do blog disse no ano passado, quando o rebaixamento do Palmeiras foi confirmado, acrescentando algumas coisas.

Diante da decepção por ver o seu time cair para a série B mais uma vez, o Vicente fez comentários aqui se indagando sobre o tempo que ele gastava acompanhando futebol, se valia a pena e coisa e tal.

Depois de entrar nos blogs do Juca Kfouri, do Birner e de outros, eu me faço a mesma pergunta.

De um lado, vários comentários imbecis de são-paulinos, santistas, palmeirenses, flamenguistas, colorados e etc., preocupados com o número de mandos de campo que o Corinthians deveria perder por causa da selvageria.

Do outro, posts mais cretinos ainda de corinthianos com o temor de ver o time ser excluído da competição.

Eu fico me perguntado se vale a pena continuar acompanhando tanto futebol sabendo que, ao fazê-lo, estou correndo o risco de ficar igual a essas pessoas.

A paixão esportiva não tem culpa de nada mas, infelizmente, aqui no Brasil ele bestifica o indivíduo de tal forma a ponto de tornar a morte de uma criança uma coisa banal aos olhos dele.

Sendo curto e grosso, digo que, se a pena maior que o regulamento prevê é a da exclusão, então que o Corinthians seja expulso da Libertadores.

Mas ao mesmo tempo, gostaria de deixar bem clara minha posição a respeito:

Eu separo de maneira enfática a punição do âmbito desportivo da punição verdadeiramente efetiva, com um caráter de fato instrutivo e moralizador.

Ninguém vai me convencer de que o demente que é capaz de correr o risco de assassinar uma pessoa vai hesitar ao fazê-lo pelo mero fato de saber que o seu time poderá ser punido por causa disso.

Pelo menos aqui neste país, punição em âmbito desportivo só tem valor dentro dele mesmo.

O mais importante é elaborar um modo de impedir a presença desses marginais, sejam eles corinthianos, santistas, cruzeirenses e etc, nos estádios.

E, obviamente, exigir uma rigidez maior com os responsáveis pela organização dos eventos. Afinal, como foi que os caras entraram com a porcaria do sinalizador no estádio?

Mesmo com uma tragédia dessa magnitude, a Conmebol ainda não sabe o que fazer. É de chorar mesmo.


por Don, el Coringone